A cultura pulsante no Jurunas e no Barreiro demonstra uma comunidade artística ativa, que se reconhece em suas dores, lutas e necessidades, buscando, por meio do trabalho coletivo, fazer Arte, refletir criticamente sobre a realidade e sobreviver naqueles espaços físicos e simbólicos.
A ausência de espaços públicos de lazer, reivindicada pelos artistas, é direito de todos e todas. Mas, enquanto não alcançam esse direito, a própria comunidade busca alternativas para alcançar sua cidadania cultural.
Awazônia destaca que há uma evolução no Barreiro que faz com que as pessoas estejam lá e façam a cultura acontecer, mas ainda há muito o que melhorar, especialmente na criação de espaços de lazer. “No decorrer dos anos, foram se criando vários pedacinhos de espaços dentro do canal [do Barreiro] que as pessoas usam para lazer. Tem uma pracinha no canal que é a pracinha das crianças, um local bem bonito que precisa ser preservado”, ele ressalta.
Já no Jurunas, Ordep menciona o Gueto Hub, espaço cultural que abriga vários artistas e coletivos (de dança, teatro, escritores). Ele define o Gueto como uma “biblioteca itinerante”. Samu cita outro espaço no Jurunas: o Rancho Não Posso me Amofiná, a primeira Escola de Samba de Belém, fundada em 1934 e que é uma referência na capital paraense.
É bonito ver os espaços sendo construídos pelo trabalho coletivo de uma comunidade sedenta por extravasar a sua cultura. Mas, junto com esses artistas, precisamos também reivindicar do poder público um direito básico: