Operação do Ibama contra o garimpo ilegal de ouro na Terra Indígena Yanomami em 2016. Foto: Bruno Kelly (Reuters)

No último dia 25 de abril, uma grave denúncia na Terra Indígena Yanomami, em Roraima, desencadeou uma série de questionamentos e apuração da Polícia Federal: o relato é o de que uma menina Yanomami, de 12 anos, morreu após ser estuprada por garimpeiros que exploram ilegalmente a região.

Na ocasião, uma mulher foi sequestrada e uma criança de apenas três anos jogada no rio. Seu corpo segue desaparecido.

Durante as buscas, a comunidade onde as vítimas moravam foi encontrada queimada e não havia ninguém. Estima-se que cerca de 25 indígenas que ali residiam desapareceram, sem nenhuma resposta das autoridades comunicadas até o momento.

O caso ganhou repercussão nacional e tem mobilizado lideranças indígenas e personalidades públicas que manifestam apoio à causa com a pergunta: "CADÊ OS YANOMAMI?".

Depois da denúncia, feita pelo Conselho Distrital de Saúde Indígena Yanomami e Ye'kwana (Condisi-YY), órgãos federais, dentre eles a Polícia e o Ministério Público, foram até a comunidade Arakaçá. O caso segue em investigação.

Leia a denúncia do Condisi-YY aqui.

O povo Yanomami tem sido alvo de diversas violações de direitos, dentre eles o abuso e a exploração sexual de crianças, adolescentes e mulheres indígenas, conforme denunciado no relatório Yanomami sob Ataque, produzido pela Hutukara Associação Yanomami e pela Associação Wanasseduume Ye’kwana (com a assessoria técnica do Instituto Socioambiental).

Nos unimos a diversas outras organizações nessa reivindicação por uma resposta. Não podemos nos calar e naturalizar crimes tão brutais contra crianças e adolescentes, mulheres, comunidades indígenas, contra o meio ambiente e contra a vida.

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